quarta-feira, 1 de junho de 2011

As três peneiras (Sócrates)

Augustus procurou Sócrates e disse-lhe: 
- Sócrates, preciso contar-lhe sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de... 
Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou: 
- Espere um pouco Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras? 
- Peneiras? Que peneiras? 
- Sim, A primeira, Augustus, é a da VERDADE. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro? 
- Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram! 
- Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a BONDADE. O que vai me contar gostaria que os outros também dissessem a seu respeito? 
- Não, Sócrates! Absolutamente, não! 
- Então suas palavras vazaram também a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a NECESSIDADE. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa? 
- Não, Sócrates... Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar. 
E Sócrates conclui: 
- Se passar pelas peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. 
Devemos ser a estação de qualquer comentário infeliz! Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras por que: 

Pessoas sábias falam sobre idéias; 
Pessoas comuns falam sobre coisas; 
Pessoas medíocres falam sobre pessoas

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